Foi votado em primeira discussão e aprovado o Projeto de Resolução nº 03/2010, de minha autoria, que concede a Comenda Grão de Café a Irmã Aparecida Jardine. No próximo dia 16 de novembro será feita a segunda discussão e caso aprovado será outorgado este título honorífico.
Biografia
Aparecida Jardine, conhecida entre nós como: Ir. Jardine, irmã dos pobres, nasceu em São Sebastião da Grama, no estado de São Paulo, no dia 2 de fevereiro de 1943. Filha de Ana Luiza Jardim e Reinaldo Jardim.
Desde criança sentia em seu coração a necessidade de trabalhar para o reino de Deus. Com 10 anos de idade mudou-se juntamente com sua família para o Paraná. Com 13 anos iniciou no Ministério Catequético como catequista, com 16 anos iniciou sua participação no Movimento Mariano Filhas de Maria. Também era responsável da Capela Santa Cruz, por 6 anos atuou como professora na Escola Rural Boa Vista no município de Cambira onde foi considerada uma das melhores professoras. Sempre trabalhando a serviço dos menos favorecidos até, que aos 27 anos no dia 02 de fevereiro de 1970 ingressou para a vida Religiosa, pois o desejo de ajudar o próximo era mais alto. Principalmente ajudando os órfãos e abandonados, foi o que a levou a vida religiosa.
Ingressou na Congregação das Missionárias de Santo Antonio Maria Claret, conhecida como Missionárias Claretianas, onde fez seu aspirantado, postulado e noviciado na cidade de Londrina.
Fez seu estágio no Instituto Santa Rosália em Garulhos - SP com crianças Orfãs e Especiais. Voltou para Londrina e foi mestra de aspirante até 1977. Em Outubro de 1977 aceita o chamado de ser Missionária no Continente Africano.
Na África atuou na Escola Materna Divina Providência na cidade de Abengorrou, fez 2 anos de Francês na Universidade daquele pais e exerceu sua missão em Okonja Gabon, no Campo da Evangelização, promoção humana e Educação.
Na África precisou enfrentar muitos desafios que foram sendo superados aos poucos, como: o domínio da língua, adaptação, clima, cultura etc. Nas aldeias, a pobreza e a fome eram muito grandes, mas isto não lhe causou desanimo, procurava evangelizar o próximo levando uma palavra amiga aos mais necessitados.
Foi uma experiência inédita, que lhe deu uma visão ampla, favorecendo o seu crescimento e maturidade, uma dádiva de Deus esta experiência.
Acometida por varias, crises de malária e uma de Hepatite B retornou ao Brasil. Como sua mãe idosa estava doente precisando de cuidados, de acordo com seus superiores ficou no Brasil.
Após um curso de catequese em São Paulo, foi para Paróquia de São João Batista na cidade de Ariranha, interior paulista atuando nas diversas pastorais. Após recuperação de sua saúde é chamada a trabalhar na catequese e evangelização em Ariranha no Estado de São Paulo.
No ano de 1989 é chamada a trabalhar em Londrina, onde permaneceu até a 1993, na casa do Bom Samaritano, este trabalho seria com os pobres, as gestantes e as mães solteiras sem moradia.
De 1990 a 1996 além de seus trabalhos, acumula a função de Conselheira da Província Coração de Maria.
Em 1995 é convidada a trabalhar como Coordenadora da Paróquia São José em Paiquerê, cidade vizinha de Londrina, onde permaneceu nesta função até a 2004.
No ano de 2005 veio morar em Cambe, no Lar Santo Antonio onde também assumiu a coordenação da Casa Abrigo Pe. Manoel Coelho de Souza, desde então começou a atender nesta casa diversas pessoas que diariamente vem a procura de um lugar para pernoitar e se alimentar, em média são atendidas 50 pessoas por dia, que dormem na casa, 8 pessoas acabaram ficando definitivamente, pois perderam o vínculo familiar e muitos estão doentes sem condições de viverem fora da casa.
São servidos todos os dias cerca de 45 a 70 refeições 3 vezes ao dia, sendo servido café da manhã, almoço e jantar. Todo este trabalho é coordenado e acompanhado pela Ir. Jardine que conta com a ajuda de 4 funcionários remunerados e com a colaboração dos próprios internos que ajudam com diversos serviços, inclusive com a mão de obra necessária para reformas e ampliações. As pessoas que estão albergadas recebem da própria irmã, ajuda para irem: ao médico, ao dentista e são encaminhadas ao CAPS. Recebem curativos, são encaminhadas para aquisição de documentos e aposentadorias, além de palestras e orientação para serem encaminhados em algum tipo de trabalho.
A casa Abrigo Pe. Manoel Coelho de Souza recebe uma média anual de 1400 a 1500 pessoas ao ano. Com uma permanência variada segundo as necessidades de cada pessoa, de 1 dia de permanência a 6 meses e até um ano. O abrigo é como um pronto socorro para os moradores de rua, migrante sazonais, e imigrantes oriundos de diversos estados e países vizinhos que por lá passam nas mais diversas situações e alisão acolhidos encaminhados e orientados.
Ir. Jardine afirma: “Sinto a presença de Deus no meu trabalho, vejo a graças a bênção e os milagres diários neste lugar, que me fortalece e me faz acreditar e não medir sacrifício pelos meus pobres.”
Isto é um pouco da vida e do trabalho da nossa Ir. Jardine.
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